sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A Origem da Odontologia no Brasil e no Mundo

A Odontologia tem uma história curiosa no Brasil e no Mundo. Essa prática começou a ser desenvolvida no século XVI, ainda de modo bastante improvisado.

No início, as técnicas de tratamento odontológico estavam baseadas apenas nas extrações dentárias rudimentares. Os instrumentos utilizados eram inadequados e faltava higiene.

As técnicas de extração eram praticadas por barbeiros ou sangradores, homens fortes e ágeis, sem nenhum estudo ou técnica. Os pacientes, quase sempre, corriam riscos de hemorragias e infecções.


No Brasil, em 1631, uma Carta Régia determinou que cirurgiões e barbeiros sem licença fossem multados em dois mil réis por tirar dentes. Os profissionais que tinham as licenças especiais concedidas pelo Cirurgião-Mor Mestre eram os únicos que podiam praticar as técnicas sem qualquer tipo de problema.

Já no mundo, a odontologia foi impulsionada pelo francês Pierre Fauchard, considerado o criador e pai da odontologia moderna. O ensino da Odontologia foi regulamentado primeiro em países da Europa, e mais tarde no Brasil. Aliás, a Europa foi citada como o berço da prática Odontológica.

Em 1728, o médico Pierre Fauchard escreveu o livro "Le Chirurgien Dentiste au Traité des Dents", que marcou o estudo da odontologia e trouxe novas técnicas, conhecimentos e aparelhos para esta área da saúde.

Instrumental cirúrgico Pierre Fauchard


Surgimento do termo Dentista no Brasil

Em 23 de maio de 1800, o Brasil criou um Plano de Exames para a área de odontologia. Este documento foi o primeiro emitido pela Coroa Portuguesa com o termo dentista. Este foi considerado o início da arte dentária como profissão no Brasil. Neste período ainda não existia uma formação ou diploma para a área no país.

Evolução da Odontologia

Os franceses foram os profissionais mais especializados na arte dentária e produziram importantes escritos para a área. Em seguida, os Estados Unidos também começaram a evoluir na odontologia e a substituir muitas técnicas criadas na França. O dentista Clintin Van Tuyl, por exemplo, foi o primeiro a utilizar o clorofórmio para anestesia.

No Brasil, a odontologia foi impulsionada por Thomas Gomes dos Santos Filho, que colaborou na criação de um texto para os Estatutos das Faculdades de Medicina do Império, no qual aparecia pela primeira vez o Curso de Odontologia. Em 1884, o país conquistou a formação na área odontológica.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

SÍNDROME DO FINAL DE ANO: NÃO DEIXE A CORRERIA ACABAR COM VOCÊ!

Quando o ano “dobra a esquina” e começa o 4º Trimestre, a vida entra numa correria tão grande que a gente só se dá conta do tempo quando janeiro está quase terminando. É como se, num piscar de olhos, o tempo acelerasse e nos levasse diretamente para o futuro, já no ano seguinte.
Outubro tem a famosa semana do saco cheio (para quem estuda), que inclui o feriado do Dia das Crianças (ou Nossa Senhora Aparecida). Logo na sequência vem Novembro (na minha opinião, um dos melhores meses do ano dado o número de feriados, isso quando você pode viajar...), que já começa com o Dia de Finados, segue com a Proclamação da República e ainda – para os mais privilegiados – com o Dia da Consciência Negra. Uma sequência de feriados e, com sorte, dias quentes de primavera. Pá! Já estamos em dezembro e isso só pode significar uma coisa: correria de final de ano.
Entra o mês de dezembro e a gente já tem uma lista imensa de coisas pra fazer: decidir sobre as férias (quem sai, quem fica, quem dá plantão, quem cobre as férias de quem), decidir sobre as festas (passar a noite de natal com quem, o almoço com outro quem, a virada do ano com mais outro quem), entrar ou não entrar em incontáveis amigos secretos, sonhar em como gastar ou investir o 13º salário (quem tem), revisar as contas e diminuir (ou quitar) as dívidas, embarcar ou não em uma viagem (já que os preços vão às alturas), fazer a lista de presentes (os que a gente quer e os que a gente vai dar para os outros), agendar aquela cirurgia do paciente que te enrola o ano inteiro ai aparece querendo fazer no dia 23/12....rs!, marcar jantares, encontrar os amigos, reservar um espaço na agenda para a festa da clinica, mandar e-mails (ou cartões),… A lista vai longe (e inclui aquela promessa de vida saudável, equilíbrio trabalho versus lazer, exercícios e dieta...emagrecer).
O mais difícil é quando a gente se dá conta de que o ano acabou e não fizemos nem metade do que planejamos.
Quando o ano termina, penso em tudo o que aconteceu, faço uma revisão mental do que foi bom ou ruim, listo o que mudaria e o que quero para os próximos anos. Isso me ajuda a entender o quanto consegui atingir os meus sonhos e metas daquele ano e a traçar um novo horizonte para o novo que irá iniciar.
Encontrei meus amigos o tanto quanto gostaria? Se a resposta for não, depois de refletir e tentar entender os motivos, já sei que no próximo ano vou ter que me dedicar mais a esta parte para não me decepcionar novamente.
Eu juntei o dinheiro que prometi? Consegui fazer aquela viagem com a qual eu tanto sonhava? 
Tento fazer esse exercício pensando em todos os aspectos da vida que são importantes. 
Que tal começar a sua revisão agora, e aproveitar os feriados que virão pela frente para adiantar algumas coisas que te sobrecarregam no final do ano e ainda traçar as metas para o próximo?

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Indicação de exodontia de pré-molares para ortodontia


Meu ortodontista pediu para extrair um dente, isso se torna um drama frequente nos tratamento ortodônticos.

Já há bastante tempo lança-se mão de exodontias em Ortodontia, seja em casos de elementos dentários supranumerários, de terceiros molares para os quais não há espaço para irrupção ou correção de linha mediana. Entretanto, o motivo pelo o qual mais se utilizam extrações dentárias no tratamento ortodôntico é o alinhamento; nos casos de apinhamento moderado a severo, a fim de se evitar o efeito colateral da protrusão dentária e para a correção de má oclusão de classe II. Tais extrações podem ser de dois ou de quatro dentes, sempre em busca da manutenção ou melhora do perfil.


A extração dos primeiros pré-molares são as que mais resultam em alterações no perfil, por isso deve ser muito bem planejadas para cada caso. O alinhamento e nivelamento e também as mêcanicas de fechamento de espaço após exodontias, sofrem interferência do atrito durante a movimentação. Sendo assim, o ortodontista deve sempre procurar eliminar os fatores que interferem na movimentação, e aproveitar os artifícios existentes.  Os casos de indicações de exodontia tornaram-se bastante criteriosos, baseados em fatores como padrão facial, características do sorriso, crescimento vertical, entre outros e há necessidade de uma maior análise em casos limítrofes.

Pode ser indicada exodontias para corrigir linha média.
dente pré molar em vermelho marcado para exodontia.

Pré molar extraido.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

ANÁLISE CEFALOMÉTRICA NO DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DA SAOS

O perfil radiográfico cefalométrico é um exame habitualmente utilizado no diagnóstico, visualização e controlo de tratamento das dismorfias craniofaciais. Obtida em condições especiais, esta imagem tem a particularidade de se poder observar nela simultaneamente estruturas com radiolucências distintas. Ao ser captada em condições standard, e existirem parametrizadas as medidas norma para as diferentes estruturas craniofaciais, esta imagem presta-se à análise e comparação sempre com referência aos desvios da norma. Trata-se ainda de um meio de diagnóstico de fácil acesso, barato, manuseado com baixas doses de radiação e de fiabilidade comprovada.
Pela análise cefalométrica desse Rx e mediante o uso de medidas angulares, lineares ou cálculo de áreas, podem obter-se medidas da base do crânio, posição relativa de ambos os maxilares, do osso hioide e de todas as estruturas cranio-cervico-faciais, incluindo a inclinação da charneira occipito-vertebral. Também os tecidos moles que delimitam o espaço aéreo da faringe podem ser visualizados e medidos bem como as dimensões da língua, espessura e comprimento do palato mole e úvula e respectivas vias áreas.

Alterações anatómicas às normas angulares ou lineares dessas estruturas que concorram para o estreitamento das vias aéreas superiores (VAS) podem predispor o paciente à síndrome da apneia obstrutiva do sono. Algumas dessas alterações têm sido através deste meio de diagnóstico, sistematicamente investigadas, no sentido de ser encontrada a sua ligação à gravidade da doença. Assim alguns autores utilizando a análise cefalométrica, puderam encontrar diferenças significativas entre a área da faringe em pacientes com SAOS e uma população controle . Enquanto nos primeiros a área encontrada era de aproximadamente 3,7 cm2, nos indivíduos sem evidência desta patologia era de 5.3 cm2. Diferenças significativas foram também encontradas no comprimento do palato mole, que em apneicos media em média 48 mm, enquanto em indivíduos controlo se ficava pelos 35 mm.

Entre outras alterações sabe-se que o acentuado aumento do comprimento e do volume do palato mole, contribui decisivamente, para a redução do calibre da naso e orofaringe, o seu efeito volumétrico promove um maior contacto entre este e a língua, e quando associado ao decúbito concorrem para obstrução a esse níveil 5 . Também numerosos estudos têm comprovado a influência das alterações esqueléticas craniofaciais nas dimensões das VAS. Condicionado pela projeção sagital dos maxilares, o lúmen da faringe é seguramente, o principal segmento respiratório que nos pacientes SAOS interessa investigar.

A duas dimensões, utilizando este exame, pode medir-se o espaço aéreo posterior, ou seja, as distâncias entre a parede posterior da faringe, a base da língua ou a vertente posterior do palato mole a diversos níveis. Tal como em anatomia, nessa região podem ser considerados três segmentos: o espaço aéreo superior (situado entre a parede posterior da nasa-faringe e o contorno posterior do palato mole, ao nível do plano palatino); o médio (situado entre a parede posterior da oro-faringe e o limite posterior da úvula); e o inferior (entre a parede posterior da hipo-faringe e a base da língua, ao nível do plano mandibular). Estudos têm comprovado uma evidente redução desses espaços aéreos em alguns pacientes com SAOS.

Paciente prognata de mandíbula, notar espaço aéreo normal.
Paciente retrógnata de mandíbula , notar redução do espaço aéreo.

A potência da hipofaringe é altamente condicionada, na sua parede anterior, pela musculatura ancorada no osso hioide. Por isso, determinar a posição desta estrutura anatómica é de fundamental importância na procura de estreitamentos. Assim constatou-se que, enquanto em indivíduos saudáveis o perfil do corpo deste osso se encontra situado ao nível das vértebras cervicais C3-C4, nos pacientes com SAOS encontra-se frequentemente deslocado caudalmente. Podendo resumir-se, na análise cefalometrica de um paciente com SAOS encontram-se frequentemente as seguintes alterações: um maxilar superior pequeno, bem como uma mandíbula pequena, sobretudo ao nível do seu corpo, estando estes frequentemente retro-posicionados. Uma altura facial anterior aumentada e habitualmente discrepante em relação à posterior, levando a que o plano occlusa e o plano mandibular se encontrem demasiado inclinados, condicionando caracteristicamente faces divergentes.


A análise cefalométrica é um meio complementar de diagnóstico que, apesar de algumas limitações, reúne amplos benefícios no estudo dos pacientes com SAOS, sendo por isso, um exame imprescindível no estudo completo desta doença.