sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Acesso de Risdon (Submandibular)


O acesso submandibular é uma das mais úteis abordagens par o ramo mandibular e a região de corpo posterior e é ocasionalmente referido como acesso de Risdon. O conhecimento detalhado da anatomia do nervo facial e de seus ramos, em especial o ramo marginal mandibular, é de fundamental relevância em cirurgias para tratamento de fraturas mandibulares com uso do acesso cirúrgico Risdon, evitando-se possíveis lesões. Esta abordagem pode ser usada para a obtenção de acesso par uma infinidade de osteotomias mandibulares,fraturas de corpo/ângulo e até mesmo de fraturas condilares,além de anquilose da articulação temporomandibular (ATM).

Considerações Anatômicas Cirúrgica

Ø  Ramo Mandibular Marginal do Nervo Facial

Após o nervo facial se dividir em ramos temporofacial e cervicofacial,o ramo mandibular marginal origina-se e estende-se anterior e inferiormente dentro do corpo da glândula parótida.

O ramo mandibular marginal ou seus ramos,os quais suprem de inervação motora dos músculos faciais do lábio inferior e do mento,representa o mais importante risco anatômico durante a realização do acesso de Risdon.Esse nervo se mostra abaixo ou acima  da borda inferior da mandíbula na maioria dos casos.

Devido a estes achados muitos cirurgiões recomendam que a incisão e a dissecação profunda seja,no mínimo,1,5cm abaixo da borda inferior da mandíbula.

Ø  Artéria Facial

Ela se origina da artéria carótida externa,e segue o seu curso cervical em direção superior e medial à mandíbula.Ela corre superiormente ,profundo aos músculos estilo-hióideo e o ventre posterior do digástrico e então cruza superior a eles para descender na superfície medial da mandíbula,sulcando ou passando através da glândula submandibular.

Ela é visível na superfície externa da mandíbula ao redor da borda anterior do músculo masseter.

Ø  Veia facial

È o escape venoso primário da face.ela começa como veia angular no ângulo entre o nariz e o olho.

Em geral,ela caminha juntamente com a artéria facial acima do nível da borda mandibular inferior,mas ela é posterior à artéria

Técnica

1.    Realizar a Marcação da Incisão

A incisão é realizada de 1,5 a 2 cm  na borda inferior da mandíbula.

Uma cicatriz imperceptível resulta quando a incisão é feita paralela com uma ruga da pele ou dentro desta.

2.    Vasoconstrição

Anestesia local com um vasoconstritor,injetada no tecido subcutâneo,para ajudar na hemostasia não deve ser aplicada profundamente ao músculo platisma,porque o ramo mandibular marginal do nervo facial tornará a transmissão nervosa não condutível,tornando impossível o teste elétrico.

3.    Incisão do Músculo Platisma

A divisão das fibras pode ser realizada de forma cortante, embora um método mais controlado é dissecar através do músculo platisma,a partir de uma das extremidades da incisão na pele com as pontas de uma pinça hemostática ou de Metzenbaum.

Após liberar o músculo platisma sob a camada branca superficial da fáscia cervical,as pontas do instrumento são levadas para trás através do músculo platisma na outra extremidade da incisão.

A glândula salivar submandibular pode também ser visualizada através da fáscia,já que ela ajuda na formação de sua cápsula.

4.    Dissecação para o Cinta Muscular Pterigomassetérico

A dissecação através da camada superficial da fáscia profunda é o passo que requer mais atenção por causa das estrutura anatômicas com as quais ela está associada.

A veia e a artéria faciais são geralmente encontradas durante o acesso da área da incisura pré-massetérica da mandíbula,bem como o ramo mandibular marginal do nervo facial.

A dissecação através da camada superficial da fáscia cervical profunda é realizada pela abertura desta com um bisturi e divulsioná-la bruscamente com uma pinça hemostática ou de Metzenbaum.O nível da incisão e da divulsão da fáscia deve ser no mínimo 1,5 cm inferior à mandíbula para ajudar a proteger o ramo mandibular marginal do nervo facial.Um nódulo linfático consistente(Nódulo de Stahr) e a glândula salivar submandibular são encontradas.

5.    Divisão do Cinta Pterigomassetérica e Dissecação Submassetérica

A cinta pterigomassetérica é incisado com um bisturi através da borda inferior,que é a parte mais avascularizada da cinta .

Toda a superfície lateral do ramo mandibular(incluindo o processo coronóide)e o corpo podem ser expostos até o nível da cápsula da ATM.

6.    Fechamento

Os músculos masseter e pterigóide medial são suturados juntos com suturas interrompidas reabsorvíeis.

A camada superficial da fáscia cervical profunda não requer sutura definitiva.O músculo platisma pode ser fechado com uma sutura contínua reabsorvível e suturas reabsorvíeis subcutâneas seguidas pelas suturas de pele são então realizadas.



 
 
 


 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O QUE É DRIFTODONTICS E COMO APLICÁ-LO NA PRÁTICA CLÍNICA

A necessidade de ancoragem de acordo com a movimentação a ser realizada é um dos itens mais importantes para que a mecânica ortodôntica empregada seja satisfatória. Tem sido demonstrado que, no arco inferior, a ancoragem normalmente não é usada, pois em casos com musculatura e perfil adequados, mudanças espontâneas nas posições dentárias durante os seis meses pós-exodontia dos primeiros pré-molares inferiores, ocorrem pela redução do espaço pelo "driftodontics". Este conceito sugere que os dentes anteriores inferiores tendem a migrar para distal, na presença de espaço e de uma musculatura em boas condições de tonicidade, mais rapidamente que os posteriores possam migrar para mesial. Assim, o início do tratamento na arcada inferior vai ser adiado para que o nivelamento e alinhamento espontâneo ocorra nos primeiros meses de tratamento pós-exodontia. O aparelho é montado somente na arcada superior e, mesmo assim, o tratamento é completado ao mesmo tempo, tendo-se um potencial benéfico devido ao movimento dental ocorrer de forma fisiológica, com a mecânica não sendo necessária imediatamente.
Utilizando-se o conceito do "driftodontics" pode-se estabelecer melhores condições na região anterior após a exodontia dos pré-molares inferiores melhorando o alinhamento dos dentes, sem a necessidade de mecânica, sendo que os acessórios ortodônticos devem ser posicionados somente 03 meses, em media, pós-exodontia, simplificando a mecânica minimizando o custo biológico aos dentes relacionados.

 

Ancoragem ortodôntica 3

A odontologia na atualidade tem sido contemplada com inúmeros avanços tecnológicos e científicos que tem objetivado uma melhor satisfação estética e harmônica dos pacientes, e, conseqüentemente, um melhor  equilíbrio de ações do sistema estomatognático. A ortodontia tem se beneficiado deste avanço tecnológico; onde um dos maiores interesses é o desenvolvimento de técnicas que possam controlar, com eficácia, a resistência ao movimento dentário indesejável. Um criterioso plano de tratamento deve ser estabelecido no início do tratamento definindo a mecânica a ser utilizada e os meios de ancoragem. A busca pela utilização de técnicas de ancoragem coincide com a própria evolução da mecânica ortodôntica. Ao se realizar uma movimentação dentária, deve-se levar este fator em conta, pois o mesmo constitui um dos itens mais importantes para que a mecânica ortodôntica empregada seja satisfatória. Um dos maiores problemas enfrentados pelos ortodontistas é a falta de estabilidade dos segmentos posteriores quando empregadas como fonte de ancoragem. Para cada ação desejada existe uma reação igual e oposta. A ancoragem é a resistência a forças de reação que são fornecidas por outros dentes, pelo palato, pela cabeça ou pescoço, ou por implantes em osso.
 
Uso de mini implantes de titânio para auxilio em plano de tratamento onde se deseja perda de ancoragem.
 
A perda de ancoragem é uma reação recíproca que pode impedir o sucesso do tratamento ortodôntico complicando a correção ântero-posterior da má oclusão e possivelmente diminuindo a estética facial. O principal interesse ao corrigir o severo aglomeramento, o excessivo overjet e a saliência bimaxilar é o controle da perda da ancoragem. Outros autores acrescentaram que no tratamento ortodôntico a perda da ancoragem é a principal causa do fracasso da terapêutica ortodôntica. Segundo os autores, vários estudos foram feitos para encontrar soluções biomecânicas que controlassem a ancoragem. O principal interesse da ortodontia foi o desenvolvimento de técnicas que pudessem controlar adequadamente a ancoragem no movimento seletivo de dentes individuais ou agrupados em série. Os parafusos ortodônticos expandem os horizontes do tratamento porque permitem que a terapia prossiga com sucesso sem nenhuma perda de ancoragem.
 
Ancoragem com placa de titânio para intrusão de molar.
 
Uso de placa de ancoragem tracionando todo hemi arco inferior esquerdo.
 

50 Anos de osseointegração - 2015 / São Paulo

 
 
 
 
 
 
 
 

Implantes osseointegrados estamos chegando aos 50 anos da técnica

Estive no congresso do World Celebration - 40 years of Osseoitegration (40 anos de osseointegração) em 2005 na cidade de São Paulo e parece que foi ontem. Agora estamos chegando aos 50 anos, muito se passou desde aquela data de 1965 em que foi realizado os primeiros implantes, casos que na época eram pensados como impossíveis, hoje são uma realidade constante em nossos consultórios.
Em 2015 vamos comemorar uma data emblemática de meio século que desta técnica cirúrgica criada pelo Prof. Per-Ingvar Brånemark e equipe, que mudou os rumos e a vida de milhões de pessoas.





Per-Ingvar Brånemark





sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Trauma de face - Fraturas de mandíbula

O osso mandibular, em conjunto com os ossos nasais, é uma das estruturas mais acometidas nas fraturas de face. Este fato constitui-se num interessante mecanismo de autoproteção do organismo, uma vez que a projeção do osso mandibular em relação aos tecidos crânios-encefálicos evita que os traumatismos de face acometam a caixa craniana com facilidade.
A mandíbula é o único osso móvel da face e participa de funções básicas como mastigação, fonação e deglutição, além de participar da manutenção da oclusão dentária ocupando juntamente com a maxila a maior porção óssea do esqueleto facial.
Anatômica e didaticamente a mandíbula é dividida em cinco áreas, que são mais ou menos acometidas, dependendo da intensidade, direção e velocidade do trauma: Sínfise, Corpo, Ramo, Cabeça da mandíbula (côndilo) e Processo coronóide.
A região mais comumente afetada nas fraturas de mandíbula é o côndilo. Isto acontece devido ao afilamento desta região, o que confere uma barreira protetora à entrada de corpos estranhos (osso fraturado) no interior da fossa craniana. Fortes pancadas na região do mento (queixo), comumente afetam também o côndilo mandibular, devido à transmissão de forças ao longo do osso mandibular até sua região mais enfraquecida.

Avaliação por imagem de  Mandíbula:
- Radiografia panorâmica;
- Towne de boca aberta;
- Incidência Póstero-anterior;
- Incidência lateral oblíqua;
- Tomografia computadorizada;
-  Periapical e oclusal.

Classificação em relação ao meio:
- Fechada: Não ocorre lesão nos tecidos externos
- Aberta: Fratura exposta

Fratura onde ocorreu o trauma:
Fratura indireta :Fratura em outro local aonde ocorreu o trauma.
- Fratura direta: Fratura no local onde ocorreu o trauma.

Classificação em relação á estabilidade:
- Fraturas desfavoráveis:Ocorre deslocamento dos fragmentos na ação muscular
- Fraturas Favoráveis:Não ocorre deslocamento dos fragmentos quando o traço de fratura está contra a ação muscular.

Classificação em relação ao traço:
- Composta: Vários traços de fratura
- Cominutiva: Vários fragmentos
Simples: Traço único
Parcial ou incompleta: Fratura em galho verde

Classificação em relação à localização
- Processo coronóide
- Alveolar
- Condilar
- Ramo
- Ângulo
- Corpo
- Anterior

Tratamento das fraturas mandibulares
- Fechada: Redução da fratura - Restabelecer relacionamento oclusal e fixação maxilo-mandibular.
- Aberta:Redução da fratura- Posicionar cada segmento em correto relacionamento-Fixação com placas e parafusos de reconstrução.

Tipos de bloqueio maxilo - mandibular:
- Fixação com brackets e fios ortodônticos.
Barra de Erich.

Tipos de fixações: Placas e parafuso de reconstrução.

Incisão extra oral para redução de fratura de mandíbula
Tomografia mostrando os traços de fratura na mandibula
Fixação rígida com placas e parafusos de titânio

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Cirurgia Ortognática - Avanço de maxila (osteotomia Le Fort I)

A cirurgia ortognática é o ramo da cirurgia buco-maxilo-facial que se preocupa com as
correções das deformidades dento-faciais, sendo estes casos tratados por uma equipe
multidisciplinar, coordenada pelo cirurgião buco-maxilo-facial e o ortodontista.
 
O tratamento, nestes casos, objetiva atender a cinco princípios básicos: 
 - harmonia facial; 
 - harmonia dentária;
 - oclusão e postura funcional;
 - saúde das estruturas orofaciais;
 - estabilidade do procedimento. 
 
Sendo assim, o avanço de maxila pela osteotomia Le Fort I é considerado um dos grandes avanços da cirurgia para correção das maloclusões de classe III esqueléticas de pacientes com características estruturais de deficiência maxilar (retrognátismo maxilar), obtendo-se resultados mais satisfatórios do ponto de vista estético e funcional. 
 
A osteotomia Le Fort I é o procedimento de escolha para correção da maioria das deformidades maxilares e do terço médio da face. A estabilidade datécnica cirúrgica é considerada essencial para a previsibilidade e o sucesso no pós-operatório. A estabilidade da técnica depende de vários fatores: aproximação das paredes ósseas osteotomizadas, qualidade do osso, estabilidade da oclusão, função mastigatória e respiratória , uso de enxertos, presença de fendas palatinas e movimentação a ser realizada.
Varias osteotomias de maxila com fixação de placas e parafusos de titanio


Vista panorâmica de uma osteotomia de maxila Le Fort I com placas e parafusos de titânio.

 

Conceitos de estéticas e mudanças faciais

Os conceitos hoje vigentes para o diagnóstico e plano de tratamento remetem ao equilíbrio e harmonia dos traços faciais. O planejamento das mudanças estéticas faciais é dificil, especialmente quanto à sua integração com a correção da oclusão. Infelizmente, o tratamento da má-oclusão nem sempre leva à correção ou mesmo à manutenção da estética facial. Algumas vezes, o entusiasmo de se alcançar um correto relacionamento dentário pode comprometer o equilíbrio facial. Isto pode acontecer em parte pela falta de atenção para a estética, ou simplesmente pela falta de compressão do que se deseja como um objetivo estético. A habilidade em se reconhecer uma face bela é inata; e traduzí-la em metas terapêuticas objetivas e definidas torna-se tarefa mais árdua. A percepção da beleza é uma preferência individual, com influência cultural. Com o avanço e popularidade dos procedimentos cirúrgico-ortognáticos, a busca pelo equilíbrio facial recebeu maior destaque. Isto resultou na intensificação da necessidade de se estudar as faces esteticamente equilibradas e a harmonia entre diferentes elementos faciais.


 
 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Lesões de Tecidos Moles



O trauma facial está presente no cotidiano dos atendimentos em pronto socorros e hospitais do mundo inteiro, principalmente em regiões com elevados índices de criminalidade e desrespeito as leis de trânsito. Dentro desta ampla área de atendimentos, são encontrados traumas em face compostos por danos ao tecido mole, fratura dos ossos da face associados à danos ao tecido mole com ou sem retenção de corpos estranhos.
Como prioridade na seqüência de tratamento e, também nos casos em que não houver maiores complicações de ordem médica é iniciado de imediato.
O diagnóstico e a classificação dos ferimentos faciais se tornam importantes ao passo que o tratamento estará baseado na etiologia e complexidade do trauma. A profundidade e extensão da lesão, a necessidade de reconstruções, injúrias às estruturas anatômicas nobres e o tempo decorrido desde o trauma são características que devem ser reconhecidas.

Tipos de Danos:

  -  Abrasão
Forças de cisalhamento que removem uma camada superficial da pele causam abrasões.Devem ser limpas suavemente com uma solução de sabão moderada e irrigadas com solução salina normal.Esses danos superficiais normalmente cicatrizam com o tratamento local da ferida.
Após a limpeza adequada,a ferida deve ser coberta com uma fina camada de antibiótico tópico para minimizar a dessecação e a formação de crostas secundárias.
A reepitelização sem cicatrização significativa se completa em 7 a 10 dias. 

Ø  Contusões
As contusões são causadas por trauma fechado que levam á formação de edema e hematoma nos tecidos subcutâneos. São mais comumente de chamadas de equimose.
A contusão geralmente não requer tratamento cirúrgico.Os hematomas grandes devem ser drenados para prevenir mudanças pigmentares permanentes e atrofia subcutânea secundária.

Ø  Laceração
As lacerações são causadas através de danos cortantes?perfurantes ao tecido mole.Podendo ter as margens bem definidas,irregulares,contusas ou laceradas.A profundidade da penetração deve ser explorada cuidadosamente.
O fechamento é executado com a técnica estendida de sutura em camadas.

Ø  Lesões Avulsivas
As lesões avulsivas são caracterizada pela perda de segmentos de tecido mole.
O avivamento dos tecidos adjacentes,seguido por fechamento primário,pode funcionar em áreas pequenas.Quando o fechamento primário não é possível,outras opções são consideradas,incluindo retalhos locais ou enxertos de pele.

 O tratamento das injúrias faciais  compreende a sutura dos tecidos moles:

1.      Passo Anestesia:
Os ferimentos faciais podem ser tratados sob anestesia local ou geral. A anestesia local é a escolha na maioria dos casos, pois não interfere nos parâmetros clínicos como a consciência, a depressão respiratória e a depressão do sistema nervoso central, variáveis que são analisadas continuamente no paciente politraumatizado. anestésico mais comumente utilizado é o cloridrato de lidocaína a 2% com ou sem vasoconstritor. O uso do vasoconstritor tem como objetivo diminuir o sangramento, retardando a absorção e prolongando o efeito anestésico .A dose de lidocaína não deve ultrapassar 4,4mg/kg nas soluções sem vasoconstritor e 7mg/kg nas soluções com vasoconstritor .A infiltração deve ser realizada por toda a borda do ferimento, junto à derme.

2.      Limpeza dos ferimentos:
A lavação copiosa do ferimento é essencial para obtenção de uma boa cicatrização e prevenção de infecções. Deve ser realizado a lavagem do ferimento com solução fisiológica a 0.9% em forma de jatos e sabão de clorexidina a 2%, para remoção de coágulos e corpos estranhos.

3.      Hemostasia
A hemostasia deve ser verificada com rigor, prevenindo a formação de hematomas entre os planos suturados, podendo dificultar o reparo da ferida bem como servir de meio para propagação de bactérias gerando infecções. A hemostasia pode ser feita por ligadura,esmagamento, torção ou eletrocoagulação dos vasos sangrantes, devendo-se evitar a eletrocoagulação em massa. Em vasos com mais de 2mm de diâmetro a ligadura é a mais indicada, mesmo introduzindo um corpo estranho na ferida. Na eletrocoagulação, deve-se evitar o contato com a pele sã e, correntes com intensidade elevadas, evitando danos a nervos e estruturas adjacentes.

4.      Debridamento
O debridamento consiste na remoção cautelosa e mínima de tecidos inviáveis das bordas dos ferimentos, diminuindo o risco de infecção e, a possibilidade de cicatrizes exacerbadas. A retirada dos tecidos masserados ou necróticos deve ser realizada com lâminas ou tesouras.

5.      Sutura
A sutura dos ferimentos faciais deve ser realizada com material delicado e adequado, devendo o fechamento deve ser feito evitando a tensão cutânea e, respeitando as linhas de menor tensão da face. A sutura por planos aproxima as estruturas anatômicas impedindo a formação de espaços mortos. Fios sintéticos absorvíveis monofilamento como o Vycril são preferidos para suturar a derme ou fáscia,podendo também ser o Categute.Já os fios monofilamento não absorvíveis como Nylon ou polipropileno sendo da numeração 6-0 é o mais fino  e deve ser utilizado na face e áreas esteticamente,além de o 5,0 ,4,0 ou 3,0 aonde são fios mais calibrosos,eles tem os menores índices de infecção sendo os mais utilizados.
Em ferimentos faciais menores que 3 cm de extensão, não causados por mordidas e que não apresentaram perda tecidual, a sutura por planos não apresentou diferença quanto a formação de cicatrizes em comparação com a sutura por um único plano. A sutura por um único plano é mais simples e mais rápida.
Em ferimentos extensos e com bordas irregulares, o ponto inicial deve ser realizado no centro do ferimento e os demais dividindo o espaço do ferimento em partes simétricas, com o objetivo de evitar a formação de sobras de tecido no término da linha de ruptura da pele.
Em ferimentos mucosos na cavidade bucal, deve-se avaliar a necessidade de sutura. Ferimentos menores que 1 cm não necessitam ser fechados primariamente. Lacerações que atinjam o lábio devem ser reparadas respeitando os planos musculares para que haja revitalização dos movimentos labiais e, o primeiro ponto, deve alinhar a linha muco cutânea e os demais pontos, primeiro na mucosa e depois na pele.