quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Placas de Ancoragem Ortodôntica 1



Placas e parafusos de titânio eram freqüentemente utilizados para fixação rígida de cirurgias ortognáticas e ortopédicas (LINDORF; STEINHÄUSER, 1978). Esta aplicação levantou a hipótese de que mini-placas de titânio também poderiam ser usadas para ancoragem ortodôntica.
Sendo assim, Umemori et al. (1999) desenvolveram um sistema de ancoragem ortodôntica que consiste de mini-placas e parafusos monocorticais de titânio inseridos temporariamente na maxila ou na mandíbula. Os autores usaram o sistema para intruir molares em pacientes com maloclusão de mordida aberta anterior. As mini-placas foram inseridas na cortical vestibular próxima à região apical de primeiros e segundos molares. Os molares foram intruídos de 3 a 5 mm e a mordida aberta foi corrigida sem efeitos adversos (extrusão) nos outros dentes. O sistema foi considerado eficiente para a correção de mordida aberta.
Sugawara et al. (2004) usaram mini-placas para mover molares inferiores para distal em 15 pacientes adultos e observaram que o sistema é uma modalidade viável para mover molares inferiores para distal, corrigindo mordidas cruzadas anteriores, apinhamento ântero-inferior e assimetrias dentais, sem a necessidade de extrair pré-molares.
As mini-placas podem ser colocadas monocorticalmente na região piriforme, no processo zigomático da maxila e em qualquer região de osso cortical da mandíbula. Como a mini-placa funciona como um onplante e os parafusos funcionam como mini-implantes, o sistema permite uma ancoragem rígida que resulta da osseointegração dos dois componentes do sistema. Além disso, como as mini-placas são colocadas fora da região de osso alveolar, abaixo dos ápices radiculares, o sistema não interfere com qualquer movimento dentário necessário (SUGAWARA et al., 2004).
Comparado com outros sistemas de ancoragem, as mini-placas possuem ainda a vantagem de não necessitarem nenhum preparo ortodôntico para obter um local de implantação e é possível realizar o movimento ortodôntico rapidamente após a implantação, porque a força ortodôntica pode ser aplicada imediatamente após a cirurgia de inserção das mini-placas. Entretanto, recomenda-se aguardar um período de 3 semanas para que ocorra a cicatrização dos tecidos moles (SUGAWARA; NISHIMURA, 2005).
Outras vantagens seriam mecânica facilitada, diminuição do tempo de tratamento, redução do desconforto para o paciente durante o tratamento e ausência de efeitos colaterais sérios. Ainda segundo Sugawara e Nishimura (2005), a vantagem mais significativa do sistema de mini-placas é que ele permite o movimento tridimensional de molares com previsibilidade. Os tipos de movimento incluem distalização, intrusão, protração, extrusão e movimentos vestíbulo-linguais. Porém, a indicação mais apropriada do sistema de mini-placas é para intrusão e distalização de molares superiores e inferiores. Sendo assim, ele oferece uma abordagem não cirúrgica para tratamento de maloclusões esqueléticas, assim como uma abordagem de tratamento sem extração para maloclusões caracterizadas por protrusão maxilar ou mandibular e apinhamento anterior.
 As desvantagens deste sistema são:
1-       A necessidade de retalho mucoperiostal para inserção e remoção das mini-placas (SUGAWARA; NISHIMURA, 2005; UMEMORI et al., 1999), que devem ser removidas ao final do tratamento ortodôntico
2-       Infecções nas placas em 10% dos pacientes, por deficiência na escovação (SUGAWARA; NISHIMURA, 2005)
3-      Custo elevado, uma cirurgia para colocar e outra para retirar.

     Abaixo coloquei algumas fotos de casos meus, feitos em parceria com Dr. Murilo Alcuri de Souza, ortodontista de Vitória/ES, no  período de  2003 a 2004, estávamos nesta época começando a fazer ancoragem ortodôntica.


Adaptação de uma placa de titânio 2-0 para ancoragem (caso de 2003), o objetivo era intuir o molar.
Adaptação de placa por vestibular e parafuso de titânio por palatino
Paciente com placa antes e depois do dente 16 intruído. (caso de 2003)