Placas e
parafusos de titânio eram freqüentemente utilizados para fixação rígida de
cirurgias ortognáticas e ortopédicas (LINDORF; STEINHÄUSER, 1978). Esta
aplicação levantou a hipótese de que mini-placas de titânio também poderiam ser usadas para ancoragem ortodôntica.
Sendo
assim, Umemori et al. (1999) desenvolveram um sistema de ancoragem ortodôntica que consiste de mini-placas e parafusos monocorticais de titânio inseridos temporariamente na maxila ou na mandíbula.
Os autores usaram o sistema para intruir molares em pacientes com maloclusão de
mordida aberta anterior. As mini-placas foram inseridas na cortical vestibular próxima à
região apical de primeiros e segundos molares. Os molares foram intruídos de 3
a 5 mm e a mordida aberta foi corrigida sem efeitos adversos (extrusão) nos
outros dentes. O sistema foi considerado eficiente para a correção de mordida
aberta.
Sugawara
et al. (2004) usaram mini-placas para mover molares inferiores para distal em 15
pacientes adultos e observaram que o sistema é uma modalidade viável para mover
molares inferiores para distal, corrigindo mordidas cruzadas anteriores, apinhamento
ântero-inferior e assimetrias dentais, sem a necessidade de extrair
pré-molares.
As mini-placas podem ser colocadas monocorticalmente na região
piriforme, no processo zigomático da maxila e em qualquer região de osso
cortical da mandíbula. Como a mini-placa funciona como um onplante e os parafusos funcionam como mini-implantes, o sistema
permite uma ancoragem rígida que resulta da osseointegração dos dois componentes do
sistema. Além disso, como as mini-placas são colocadas fora da região de osso
alveolar, abaixo dos ápices radiculares, o sistema não interfere com qualquer
movimento dentário necessário (SUGAWARA et al., 2004).
Comparado com outros sistemas de
ancoragem, as mini-placas possuem ainda a vantagem de não necessitarem
nenhum preparo ortodôntico para obter um local de implantação e é possível
realizar o movimento ortodôntico rapidamente após a implantação, porque a força
ortodôntica pode ser aplicada imediatamente após a cirurgia de inserção das mini-placas. Entretanto, recomenda-se aguardar um período de 3
semanas para que ocorra a cicatrização dos tecidos moles (SUGAWARA; NISHIMURA,
2005).
Outras
vantagens seriam mecânica facilitada, diminuição do tempo de tratamento,
redução do desconforto para o paciente durante o tratamento e ausência de
efeitos colaterais sérios. Ainda segundo Sugawara e Nishimura (2005), a
vantagem mais significativa do sistema de mini-placas é que ele permite o movimento tridimensional de
molares com previsibilidade. Os tipos de movimento incluem distalização,
intrusão, protração, extrusão e movimentos vestíbulo-linguais. Porém, a
indicação mais apropriada do sistema de mini-placas é para intrusão e
distalização de molares superiores e inferiores. Sendo assim, ele oferece uma
abordagem não cirúrgica para tratamento de maloclusões esqueléticas, assim como
uma abordagem de tratamento sem extração para maloclusões caracterizadas por
protrusão maxilar ou mandibular e apinhamento anterior.
As desvantagens deste sistema são:
1- A necessidade de retalho mucoperiostal para
inserção e remoção das mini-placas (SUGAWARA; NISHIMURA, 2005; UMEMORI et al.,
1999), que devem ser removidas ao final do tratamento ortodôntico
2- Infecções nas placas em 10% dos pacientes, por
deficiência na escovação (SUGAWARA; NISHIMURA, 2005)
3- Custo elevado, uma cirurgia para
colocar e outra para retirar.
Abaixo coloquei
algumas fotos de casos meus, feitos em parceria com Dr. Murilo Alcuri de
Souza, ortodontista de Vitória/ES, no período de 2003 a 2004,
estávamos nesta época começando a fazer ancoragem ortodôntica.
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Paciente com placa antes e depois do dente 16 intruído. (caso de 2003) |