O traumatismo na região da face pode afetar
tanto a pele, gordura, músculos, nervos, como fraturar os ossos. Nos
casos mais graves pode estar associado a dano cerebral.
No nosso meio a causa mais freqüente de
fraturas e ferimentos faciais graves ainda é o acidente automobilístico.
Outras causas incluem ferimentos por arma de fogo, agressões, acidentes
domésticos,
acidentes no trabalho e trauma esportivo. Os segmentos da população mais
afetados são os adolescentes e os adultos jovens.
Na face as lesões podem levar a perda de
sensibilidade na pele, cicatrizes anti-estéticas, retrações, alteração
na visão (fraturas que envolvam a órbita), dificuldade na respiração,
paralisia facial, má-oclusão e perdas dentárias. Os ossos mais
freqüentemente afetados são o nariz, a mandíbula, o zigoma (maçã do
rosto), a maxila e as órbitas (ossos em volta dos olhos).
A prevenção de acidentes é um dos temas que
mais atenção tem recebido nos últimos anos.
A obrigatoriedade do uso do
cinto de segurança e a presença do "air-bag" diminuiu consideravelmente
tanto o número como a gravidade das lesões craniofaciais nos acidentes
automobilísticos. Portanto, usar o cinto de segurança é fundamental. Em
contrapartida as vítimas de violência pessoal tem aumentado. O uso de
equipamentos de proteção adequados na pratica esportiva e a obediência
das normas de segurança no trabalho são outras medidas preventivas
eficazes.
O diagnóstico é feito pelo exame clínico dos
ferimentos e, nos casos de suspeita de fratura, fundamentalmente pela
tomografia computadorizada. Nos ferimentos da pele deve-se examinar
também a movimentação e a sensibilidade facial. É importante sempre
procurar ajuda em um centro especializado para não deixar que lesões
ocultas fiquem sem diagnóstico.
O primeiro passo no tratamento é garantir a
vida do paciente, excluindo ou tratando possíveis lesões vitais. A
maioria dos ferimentos na pele pode ser tratada com anestesia local,
limpeza exaustiva da lesão e sutura nas primeiras horas após o trauma.
Uma análise clínica e laboratorial
pré-operatória é fundamental para estabelecer as condições do paciente
para submeter-se a um procedimento anestésico-cirúrgico e avaliar o seu
risco.
As fraturas devem ser tratadas sob anestesia
geral e, na maioria das vezes, o procedimento deve ser realizado entre
3-7 dias após o trauma. Os ossos quebrados são restaurados
utilizando-se, geralmente, uma fixação com mini ou microplacas e
parafusos de titânio. Este material é resistente, maleável e muito bem
tolerado pelo organismo.
A permanência no hospital e a evolução
pós-operatória variam segundo a gravidade dos ferimentos. Nos traumas
faciais sempre haverá bastante inchaço e hematomas nas áreas afetadas,
que persistirão por algumas semanas.
É certo que o melhor momento para restabelecer o
posicionamento correto do esqueleto é neste primeiro momento, apesar de
que em traumas graves não é incomum ser necessário mais de uma
intervenção para melhorar o resultado.
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Esquema de mini placas de titânio para fixação da fratura de mandíbula |
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Aparelho usado para posicionar dentes no momento do procedimento cirúrgico, | barra erich |
Exemplo de localização de fixação rígida com placas de titânio |